terça-feira, 23 de junho de 2015

Dizem os entendidos que na saude tudo é perfeito

Aqui em Santa Maria da Feira é anunciado pelo PSD que na saúde tudo é perfeito. O hospital de São Sebastião, que é sede do Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga, responsável pela prestação de cuidados de saúde a uma população que ronda os 340.000 habitantes, residente nos concelhos de Santa Maria da Feira, Arouca, São João da Madeira, Oliveira de Azeméis, Vale de Cambra, Ovar e Castelo de Paiva (algumas freguesias), dizem entendidos que é um paraíso.
Tive,infelizmente, a oportunidade de verificar o sistema de funcionamento do hospital de São Sebastião. Depois de uma triagem, até que bem feita, fui enviado para a zona da Ortopedia e Pequena Cirurgia. Montes de gente: pulseiras amarelas, pulseiras verdes, crianças, idosos, válidos, inválidos, uns a sangrar, outros a descansar, outros a gritar, outros a dormir, gente a queixar-se, gente a conversar, muitos a desesperar, mas todos em cima uns dos outros. Do outro lado da porta, uns a atender, outros a trabalhar, alguns a entender a situação dos doentes e dois a passear. Ao meu lado queixava- se um individuo de pulseira verde que estava ali desde as três da tarde. Olhei para o relógio e eram 9 da noite.
- Desculpe, podia-me colocar outra compressa que esta já está cheia de sangue?
- Claro, venha cá – enquanto substitui a compressa, continuou a compreensiva enfermeira – sabe, já devia ter sido atendido, mas não temos aqui nenhum médico disponível.
Não foi muito: esperei 3 horas para ser atendido. Depois, já lá dentro, segui-se um rápido exame:
Primeiro médico:
– Pode estar partido.
Dez minutos depois, segundo Médico:
– Enfermeira coloque Betadine e uma gaze gorda.
- Mas este senhor não tirou raio X? Não é melhor suturar? Parece partido.
- Não, isso é um pouco profundo, mas basta uma gaze.
No final: 18 euros de taxa moderadora.
 Depois desta, sai dali com o dedo feito num oito, vou tirar um raio x fora do Hospital e dar razão ao senhor PSD da Assembleia Municipal, que dá o Hospital de São Sebastião como um paraíso.

terça-feira, 2 de junho de 2015

Prorrogação do "pato-bravo"... prazo

O empreiteiro responsável pela obra de execução de fecho de redes de abastecimento de água e saneamento pediu uma prorrogação do prazo, pedido que foi aprovado em reunião de Câmara. Como sabemos, algo que já é normal em Portugal, temos sempre a ideia que as obras nunca terminam nos prazos e que existe sempre uma boa derrapagem. No caso, a prorrogação pedida pelo empreiteiro tem por argumento dificuldades da empresa, a que a Câmara juntou interesse publico e importância da obra. Se os argumentos de interesse publico e importância da obra, até se aceitam, já a questão das dificuldades da empresa são no mínimo estranhas, isto para quem não conhecer o estilo do empreiteiro português "pato-bravo". O empreiteiro português "pato-bravo" atira-se de cabeça a tudo quanto é obra, mesmo sabendo que não tem condições físicas para estar em várias obras ao mesmo tempo. Assim, para ir entretendo os clientes, na maioria das vezes as Câmaras, vai mandando uns dias uma equipe para um lado, noutros dias essa equipe vai para outro e assim vai enchendo o olho a quem contratou. Depois, se as coisas apertarem, pede prorrogação do prazo. O que chateia não é o empreiteiro "pato-bravo". Sim, o que chateia é a forma como as Câmaras se deixam ir no grasnar do pato.